quinta-feira, 17 de junho de 2010

Ou

então sou eu, parva, que me deixei, quase como um descuido, ficar aprisionada a ti. E agora passado tanto tempo, a chave pesa-me no bolso... e o problema é que já não sei como lhe pegar. Por isso me vês cá sentada todos os dias - e chego portanto à conclusão de que os meus dias são basicamente todos iguais; monótonos, vazios de te carregarem a ausência -, mas talvez não espere ainda a tua imagem transparente sob o vidro sujo da janela: talvez aguarde já a chegada de alguém capaz de me fazer levantar desta cadeira e de (te) levar para longe de mim (longe do meu coração) esta chave que deixaste e que carrego com amargo tormento.

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