sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

human race

Estava aqui a vasculhar (!) os blogs de outras pessoas, e dei por mim a perceber que já tantas vezes pensei para comigo própria "ninguém tem noção do que estou a sentir neste momento". E no entanto, agora ao ler as histórias de outras pessoas, compreendo o quanto somos néscios nestas coisas. A verdade é que o nosso estado de espírito está muito dependente e condicionado pelo ambiente que nos rodeia, de pequenos acontecimentos, de pequeníssimos acontecimentos que no decorrer do dia nos vão deixando mais ou menos bem-dispostos. No final de contas, todos choramos, todos desejamos contra o mundo e todos sabemos como é a crueldade da hesitação, da perda, da insignificância em que nos vemos em várias alturas. De qualquer das formas, no momento em que a dor aperta, a única coisa que me apetece, para além de gritar e contestar, é mesmo ficar sozinha. Porque será que a nossa primeira reacção como seres humanos que somos, é isolarmo-nos do resto da sociedade? Porque será que em momentos agonizantes cingimo-nos aos gestos básicos e primitivos da nossa raça, enquanto no resto do tempo tentamos marcar a diferença, como se estabelecermos uma posição neste mundo fosse o grande propósito da nossa criação?
Considero-me uma pessoa inteligente. E sendo uma pessoa inteligente, não posso deixar de questionar o porquê que nas piores alturas me deixo levar pelas emoções, pelos instintos que me afastam da razão e me fazem sentir patetica. É assim que se resume o ser humano: por muito que façamos para nos distanciar de gestos comuns e vidas simplórias ou pacóvias, as nossas bases estão construídas sobre instintos que não conseguimos reprimir. É o que acontece com os alcoólicos, os drogados ou simplesmente os "sexomaníacos": apenas se reduzem a seres fúteis, uma demonstração viva do ser humano que se desleixa um pouco das resoluções e objectivos que tem traçados para si mesmo.
A verdade é que sinto que a minha obrigação aqui é procurar delinear o melhor caminho que consiga para mim mesma. E isto inclui as pessoas que me rodeiam e com quem passo o meu quotidiano, mesmo que tantas vezes me sinta cansada dos mesmos rostos e das mesmas experiências. E me venha a arrepender. Tantas vezes acontece sentir-me deslocada do meu meio, do meu próprio mundo, às vezes até do meu corpo. Como se uma força interior me obrigasse a ter comportamentos com os quais não me identifico e que sei que me vão custar noites de sono. Não consigo deixar de agir assim, no entanto. Já alguém disse que o mais estúpido dos erros é aquele que é cometido vezes e vezes sem conta, conscientemente... Mas é de facto esse o rumo que acabo por tomar.
Então se o sei, porque o faço?
Sou humana, e às vezes só desejava ter a capacidade de me abstrair de todos estes instintos que me repelem das verdadeiras boas acções, que me contrariam e confudem o pensamento.

2 comentários:

Rui Vieira disse...

Sim sr. Bruna

Gostei! Parabéns, eu sempre soube que tu a Je e dani que tinham muito jeito, eu devo ter sido a revelação xD

vah beijinhos

ps: porque é que todos os titulos sao em ingles??? xD

Rui

Charlotte disse...

Estamos muito filosóficas.
Por mais que tentemos, vamos ter sempre o instinto animalesmo connosco; isso é intrínseco ao homem. Mas ainda se controla, tem dias.