segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Percebe-me.

Sinto-me tão parva. Agora mesmo, enquanto uma quantidade infindável de dúvidas me passa pela cabeça e eu questiono cada gesto teu. Não consigo, por muito que queira afastar-me de tudo isto e convencer-me de que não passam de invenções da minha parte, não sou capaz. E apetece-me chorar, como já há muito não me apetecia. Sabes, aquela angústia que às vezes me volta a impedir de respirar? Um desejo enorme de deitar a cabeça sobre a almofada e dormir sobre o assunto. Mas nem isso; sei que se me deitar agora as lágrimas apenas correrão mais depressa. E a verdade é que posso estar a fazer grande filme, a exagerar dentro da própria hipérbole, a criar monstros para me assombrar só porque perdi o jeito para estas coisas. Ainda estou a tempo de parar, de dizer que chega a isto tudo e continuar como se nada fosse; é óbvio que não desapareces mais de um dia para o outro, não estalo os dedos e passo a ver-te como se fosses qualquer um, mas com o tempo ia lá. Mas o problema é esse mesmo: já não quero parar, não quero deixar de fazer estes joguinhos contigo porque não há nada que me dê mais prazer. Adivinhar-te o próximo passo; arriscar em abraçar-te de vez em quando para te sentir o perfume; demorar-te a despedida; provocar-te ciúme. Percebes? Não quero acabar com isto quando acabámos de começar. Não quero voltar a perder esta sensação, preciso de prender-te na pele, de te agarrar ao coração. Não me consigo decidir, é tão doloroso e tão bom ao mesmo tempo. Tu és isso tudo, dá para me perceberes? Às vezes dou por mim a querer abanar-te e obrigar-te a ver isto tudo.

2 comentários:

Daniela disse...

Acho que está mais que provado que ele não é cego, ele vê.
Força nisso amiga :)

Jane disse...

Estou com a Eve... vocês já se viram um ao outro e provavelmente fazem os dois os mesmos filmes, recuam pelos mesmos "senãos". Com o tempo isto vai sendo cada vez mais difícil de esconder, não só para ti.