sexta-feira, 9 de julho de 2010

Perfume

Ás vezes apetece-me cantar-te. Ainda gostava de ter realmente jeito com as palavras para te poder dizer como me sinto, saber conjugá-las de forma a formar algo com sentido... já que nem a mim própria sei explicar. Para ser sincera, não sei mais para quem escrevo, apenas encontro um grande ponto de interrogação no lugar do teu rosto. É disso que sinto falta: de saber-te de cor. Já não te reconheço as mãos, mas ainda te pressinto o perfume... sabes, às vezes dou por mim a procurar-te entre a multidão, a apurar os sentidos só porque senti o sabor do teu perfume perto. Cruzo-me tantas vezes com esse teu aroma. E é assim que te resumo: a um perfume. Foi isso que me ficou de ti? Já nem te encontro respostas. Mas deixa-me dizer-te que sinto a falta de um todo a tempo inteiro. Não apenas um perfume, mas um tu completo. Não tu verdadeiramente, apenas um alguém que me preencha este vazio, porque não peço que voltes. Aliás, não quero que voltes. Vês? Como hei-de explicar-te algo que ainda não compreendo? Faltam-me palavras, pequenas peças de um puzzle para o qual não encontro solução.
Não tenho sono.

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