quarta-feira, 7 de abril de 2010

let the end begin

Pergunto-me se ainda estaríamos juntos se - chamemos-lhe assim -este pequeno percalço não tivesse acontecido. Às vezes dou por mim a pensar se também tu te questionas sobre o futuro que havíamos planeado... tínhamos tantas esperanças, tantos sonhos; ou pelo menos quero acreditar que sim. Tenho mais do que motivos para te odiar, mas o que acontece quando te vejo... é raro ver-te, mas esta semana já é a segunda vez e, admito, senti-me perdida. De repente o espaço pareceu-me pequeno, como se as paredes e a meia dúzia de pessoas que nos separavam tivessem duplicado de tamanho, enquanto o ar escasseava e me sentia a sufocar... só queria fugir para não ter que te ver e voltar a sentir esta ferida latente que me magoa o coração. Talvez devesse lamentar-me por me ter obrigado a ficar: há muito tempo que a tua imagem não me faz bem; mas depois penso que tenho de aprender a conviver com este sentimento, que não posso fugir de cada vez que te encontro, e mais importante ainda: eu tenho de esquecer-te.
A verdade é que ainda sinto tantas saudades tuas...! Acho que já não posso dizer que te amo, porque ao contrário do que costumava acontecer, já não ocupas a minha mente durante todos os segundos do meu dia, já não dou por mim a adormecer contigo no pensamento, e já nem acordo com a impressão da tua amarga ausência. Não te amo, sinto sim a tua falta às vezes: quando certas músicas tocam; quando fico a olhar para o armário e me deparo, ainda, com o teu casaco pendurado entre os meus vestidos e camisas; quando a minha mãe, sem querer, aborda o teu nome; quando me falam em determinados sítios onde já estivemos e passámos bons momentos; ou quando abro a segunda gaveta da secretário e vejo a nossa caixinha.
A única coisa que posso continuar a fazer é fingir. Fingir que já não te desejo, que não sinto a tua falta. Talvez não seja o melhor caminho, mas é a única forma de não me sentir débil ou insegura perante a tua memória; só assim me permito acreditar que algum dia deixarás de exercer este poder sobre mim. Não vejo a hora de te deixar partir, de consentir com o nosso fim.

2 comentários:

Rui Vieira disse...

O Fim, vai ter um principio e como tudo vai acabar, ele vai partir, ele vai deixar-te e tu vais-te sentir "livre" de novo... Dá tempo ao tempo, por muito tempo que ele precise, há um dia em que vai deixar tudo aberto de novo... até o teu coração...

beijinho sam

Xellaa disse...

Nao é fugir e fingir que nada se passa, que algo se resolve....
ok! acredito que tens muitas memorias que te magoam e memorias que te faz sentir presa a "ele", objectos e sitios..... Mas acredita que se nao encarares agora tudo o que te faz lembrar "ele", mais tarde quando o tempo passar e a memoria "dele" ja quase nao existir, vai haver um dia que tudo vem ao de cima e aí, acredita vais te sentir mesmo predida.....
Dá tempo ao tempo sim!, mas sem quereres saber o que vai acontecer e sem deixares as memorias para tras. Assim chegararás mais depressa ao fim e ficarás livre dele, o teu coraçao poderá de novo amar.