terça-feira, 11 de maio de 2010

why?

Não sei se ainda te espero. Não sei se já te virei as costas; a ti e a nós. Não sei nada. Tenho tantas certezas às vezes, mas passa tudo tão rápido - voltas tão rápido. Porque voltas se apenas desejo que partas? Porque continuam as tuas palavras, as nossas discussões, a ressoar na minha cabeça? Porque não me deixas seguir em frente? Sai da minha vida, de vez. As nossas memórias são, por si só, dolorosas e fartas; porque razão tem então a tua imagem e a nossa imagem de se lhes juntar? Acaba com os nossos sítios. Deixa-me voar para qualquer lado sem ter de me recordar obrigatoriamente de ti. Acaba com as hesitações que me impuseste com todos os teus olhares zangados. Deixa-me seguir em frente e experimentar outras sensações. Magoaste-me tanto que não sei mais se existe espaço para que um outro alguém me magoe. E sabes uma coisa? Às vezes, no meu íntimo, desejo que um outro alguém me magoe - talvez assim deixe de lembrar-me que tu o fizeste para me lembrar que outro ele o fez. Talvez assim perceba que podem vir a existir outras pessoas para além de ti. Acaba só com a recordação de que um dia existimos. Acaba, porque me dificultas tanto, ainda, a vida. Deixa-me desistir do nosso passado. A parte do futuro ultrapassei já há muito tempo.

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