quarta-feira, 19 de maio de 2010

maybe we could (...)


Dou por mim, de vez em quando, a desejar mudar-te. A pegar em cada bocadinho de ti e moldar-te à minha feição - encaixar-te em mim na perfeição. Depois talvez pudesses apaixonar-te por mim; e eu por ti. Depois de te encaixares em mim, de compreenderes e preencheres as imensas lacunas que em mim se foram criando. Talvez pudéssemos então, de certa forma, estabelecer as tais relações de simbiose: tu em mim, ocupando cada um dos espacinhos vazios que me atormentam a alma e me danificam a personalidade; e eu em ti, abrindo o teu coração ao mundo e dando-te a conhecer, possivelmente, o meu amor. Só aí adormeceria nos teus braços e, disto tenho a certeza, ficaria tudo bem.
Parece fácil. Mas não é - não sou, não somos; ainda que às vezes o deseje.

(...) não podemos.

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