Não consigo deixar de me sentir culpada por sentir falta de quem eu era ao teu lado. Repara: não tenho saudades tuas, eu tenho saudades de mim própria, daquela felicidade autêntica e genuína que me impunhas; mesmo com todos os nossos defeitos. Às vezes ainda dou por mim a aceitar o facto de continuares por perto... às vezes ainda reconheço a tua voz dentro de mim, provocando-me. A verdade é que sinto um enorme vazio no lugar que deixaste por ocupar. Acredita que faria de tudo para o preencher, mas já tentei, não encontro nada que sirva, exactamente daquele tamanho, nada tão minucioso e arrebatador...
Mas pior do que me sentir culpada por sentir a tua falta, é sentir-me culpada por me sentar aqui e apenas conseguir escrever para ti. Quantas vezes jurei ser a última...? Nunca é, porque és a única coisa que alenta verdadeiramente a minha escrita. É horrível porque consigo odiar-te enquanto, tão ausente, ainda provocas esta sensação de desespero em mim, obrigando-me a escrever sem parar para abafar este incontrolável desejo de chorar que me assola diariamente. Não consigo controlar o poder que exerces sobre mim, e isso é, inquestionavelmente, o que me assusta mais, o que impede a minha vida de seguir em frente.
Mas foda-se, afinal de contas, a culpa é tua. A culpa é quase exclusivamente tua.
2 comentários:
Lindo (:
Eu bem sei o que isso é...!
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